O primeiro contato que temos com o minimalismo geralmente trata sobre o consumo. Como reduzir o nosso consumo para reduzirmos nossa pegada ecológica, isto é, o impacto que geramos no mundo através de nossas compras e descartes.
Hoje temos milhares de opções para o consumo de virtualmente tudo o que possamos imaginar. Shampoos, perfumes, roupas, carros, serviços, experiências.
Também estamos expostos a milhares de horas de publicidade (direcionada ou não) em nossa TV, filmes, seriados, redes sociais, smartphones, no trajeto ao trabalho, etc.
A publicidade chega a ser quase onipresente em nossas vidas. Desde o momento em que nascemos, até o nosso último suspiro nesta Terra.
“Por um momento, quando o consumidor faz sua escolha entre um longo cardápio de opções, o mundo inteiro gira a seu redor. Ele experimenta uma grande sensação de poder ao usar seu dinheiro suado comprando algo do qual se tornará proprietário.” Annie Leonard.
Devemos, porém, diferenciar o consumo do consumismo:
“Enquanto consumo significa adquirir e utilizar bens e serviços para atender às necessidades, consumismo refere-se à atitude de tentar satisfazer carências emocionais e sociais através das compras e demonstrar valor pessoal por meio do que se possui.” Annie Leonard.
Ter mais não nos torna necessariamente mais felizes. O terceiro carro não proporciona mais alegria que o primeiro. Em outras palavras, o primeiro e o segundo pares de sapato proporcionam mais satisfação que o décimo quarto.
Buscar relacionamentos significativos nos proporcionará mais felicidade que a busca incessante por mais coisas.
Já foi comprovado pela ciência que estreitar nossos laços com as pessoas que nos importam é um fator primordial para a felicidade. Então por que não fazemos isso?
Na maior parte das vezes estamos nos movendo no piloto automático. Questionar os nossos valores primordiais e encontrar nosso propósito fundamental nos ajudará a determinar o que consideramos importante e, principalmente, nos motivar a agir nessa direção.
A verdadeira felicidade está na simplicidade e na moderação.
Lembro da música Capitão da Indústria dos Paralamas do Sucesso. Em um trecho da música ele canta:
Eu acordo prá trabalhar
Eu durmo prá trabalhar
Eu corro prá trabalhar
Eu não tenho tempo de ter
O tempo livre de ser
De nada ter que fazer (…)
Precisamos mudar nossos hábitos quanto ao trabalho e o consumo. Buscar o suficiente, o necessário, e principalmente, o bastante. O bastante para sermos felizes, nem mais, nem menos.
Não somos apenas consumidores. Não somos apenas usuários. Não somos apenas trabalhadores.
Apenas. Somos.