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Qual seria o desapego máximo?

Os acontecimentos dos últimos dias me fizeram pensar bastante sobre a vida de forma geral. Sobre o que precisamos fazer para sermos felizes. Sobre este grande mistério chamado vida.

Esta semana perdi minha esposa para o câncer e comecei a pensar sobre o porquê de certas coisas acontecerem, sobre a falibilidade da vida humana, sobre a incerteza do dia de amanhã.

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Qual seria o desapego máximo? Ao olhar em volta e ver o meu lar sem ela eu tive a resposta: ter a certeza de que aqueles que amamos, quando nos deixam, estão em um lugar melhor, que estão felizes por terem passado neste grande campo de testes, que é a vida. De terem cumprido a sua jornada pré-determinada com louvor.

O desapego maior que nos é exigido é deixar aqueles que amamos irem embora. É guardar apenas as boas lembranças no coração. Os bons momentos vividos. E deixar as coisas irem e seguirem o fluxo natural da vida.

Independente de qual seja a sua religião, a maioria de nós acredita que nossa a vida continuará após esta existência terrena. Eu particularmente acredito que nos reencontraremos e que esta mesma unidade familiar será mantida e perpetuada pela eternidade, e que todos seremos uma grande família.

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Viver um dia de cada vez além de ser um grande conselho bíblico é um grande conselho prático. O passado já morreu, passou, nada mais pode ser feito a respeito dele. O futuro está no campo do planejamento, ainda não chegou, e o planejado pode não acontecer.

Dispomos apenas do presente. Do dia de hoje. Para sermos tudo o que podemos ser, amar o que podemos amar, servir a todos que pudermos servir. Precisamos decidir hoje. Por que Decisões Definem Destinos.

Precisamos desapegar: dos sentimentos negativos, dos vícios, das raivas, das picuinhas (como dizemos aqui no Nordeste), das tolices, das fofocas, das brigas, dos desentendimentos, das palavras vazias e/ou duras, da ostentação, das falsas aparências, dos fingimentos, das falsidades, das coisas que atolam nossos lares, do consumo excessivo, da comparação com os outros, do trabalho excessivo, etc.

E se apegar: a alegria, a leveza, a produtividade, ao positivismo, a crença de que podemos fazer melhor, ao serviço ao próximo, as experiências, as viagens, ao riso, aos amigos verdadeiros, aos entes queridos, aos momentos juntos em família. E, principalmente, se apegar aquilo em que você acredita. Àquilo que pode fazer a diferença em sua vida, e à vida de outras pessoas.

Não somos perfeitos, eu sei. Não estamos sempre de alto astral e positivos. O nosso mundo não é a fenda do biquíni onde mora o Bob Esponja com toda a sua alegria e inocência.

Vivemos em um mundo cruel e muitas, muitas vezes, injusto. Mas podemos, ainda assim, ser uma luz para aqueles a nossa volta. Podemos mostrar que desapegamos das coisas negativas em busca das positivas. Que apesar das lutas e sofrimentos, estamos aqui, fazendo a nossa parte…”distribuindo luz.”