Nossa jornada na Terra é repleta de experiências que nos levam a pensar sobre o sentido da vida, sobre quem somos, para onde vamos, por que estamos aqui e outras questões existenciais, religiosas e filosóficas. Não pretendo entrar nesta área até porque iríamos discutir muitos pontos.
Recentemente passamos um problema de saúde familiar que nos fez questionar a necessidade de muitas coisas. Tal qual um vendaval que sacode a árvore fazendo ela soltar as folhas mortas que prejudicam o bem-estar, esse vendaval de experiências nos fez deixar ir muitos ‘apegos’ desnecessários.
Muitas vezes desejamos nos agarrar a algo em nossas vidas que não nos faz mais bem. Insistimos às vezes por conta do hábito, costume, rotina diária e esquecemos que nascemos para viver as melhores experiências que pudermos ter.
É nas experiências que aprendemos, lutamos, crescemos, desenvolvemos e passamos a ser pessoas mais resilientes, resistentes e firmes diante das provações diárias.
As coisas não podem preencher nossa alma com a necessidade que temos de viver, experimentar. As coisas são como um escape de experiências que desejamos evitar.
Quantos compram compulsivamente para esquecer que estão em depressão? Ou evitando um conflito que pode no futuro melhorar nossa vida?
Nos livrar das coisas desnecessárias nos ajuda a pôr uma lente de aumento em nossas experiências e no aproveitamento delas. Nos ensina a desapegar daquilo que não dá felicidade e prazer real.
Quando vim ser acompanhante no hospital por um tempo que eu não sabia exatamente quanto seria, trouxe o estritamente necessário para poder viver a experiência do serviço abnegado.
Não queria estar desconectado daquele ambiente, daquela experiência. Queria estar 100% presente dando atenção dedicada e voluntária às necessidades da pessoa convalescente.
Essa conexão com as experiências, e não com as coisas, é que vai nos tornar pessoas experimentadas, que sabem lidar com emoções positivas e negativas, pessoas que resistem e mantém seu núcleo emocional/espiritual intacto.
Ser minimalista não é apenas cuidar do lado físico. Começamos primeiro por este lado para que tenhamos consciência gradual do processo. Quando passamos para o lado emocional vemos o quanto podemos crescer a cada dia diante das experiências que a vida descortina sobre nós.